Missões Moriá tem pré congresso em Taquaras
19/03/2018Novos desafios, mesmos ideais
21/03/2018O destacado psicanalista e filósofo Rollo May disse com precisão cirúrgica: o problema do homem do século 20 é o vazio. Com isso quero dizer não só que muita gente ignora o que quer, mas frequentemente não tem uma ideia do que sente.
Em sua segunda epístola aos Coríntios, o apóstolo Paulo levanta uma das questões mais intimistas e pessoais: o desespero e a solidão nesse escrito que é tido como diário pessoal dos seus embates que relatam seu esgotamento. Paulo, em toda sua humanidade, expõe a sua mais íntima necessidade de consolo divino.
Quando a vida nos leva as situações limites corremos o risco de negociar o mais precioso dos tesouros: a esperança. Somos tentados a abrir mão dela e abraçar algum consolo momentâneo que nos traga alívio imediato.
Paulo, contrariando a postura da geração contemporânea, sabe o que sente porque sente, e dá nome aos seus sentimentos, que atendem de forma generalizada por desespero. Paulo não entende que expor o seu desespero resultante do peso esmagador da vocação signifique demérito ministerial.
A questão que o apóstolo trabalha a partir das experiências pessoais é a ação do Espirito Santo que chega até nós como presença terapêutica e, em seguida, nos qualifica a partir destas visitas que as nossas feridas recebem a ofertar presença curadora. Que nos direciona a uma aproximação partir da condição emblemática das cicatrizes que nos tornam aceitos em nossa aproximação dos que anseiam por consolo, mas temem aproximações.
É justamente quando somos fortalecidos em nossos abatimentos e encorajados em nossos medos cotidianos pelo consolo do senhor, que então nos aproximamos dos outros não com um olhar médico que enxerga a doença, mas na qualidade de quem entende a necessidade de ser consolado. Com a consolação, que vem de Deus, a quem Paulo chama de Pai de misericórdias e Deus de toda consolação.
Em suma 2Co 1.3-11 Paulo fala sobre: um consolador para consoladores desconsolados.